#99 tudo o que deu errado na produção do Glifo por glifo

Uma edição sobre erros | tempo de leitura: 10 minutos

oie! seja bem-vinde a mais uma edição da makers :) eu sou hele carmona, jornalista, designer e artista multimídia. tá rolando uma pesquisa com os leitores da makers e muita gente respondeu dizendo que gostaria de saber mais sobre meus bastidores e processos como designer e escritora. então comecei esse texto, onde eu conto sobre meus planos originais pro meu livro, Glifo por glifo, e como o projeto se transformou (muito mesmo) até finalmente chegar ao mundo. vamos?

Pra quem não sabe, Glifo por glifo é o meu primeiro livro, lançado no final de 2024. Ele é um guia prático de escrita para designers e foi fruto da minha pesquisa para o TCC (que aliás, você pode ler no site da Esdi/Uerj). Falo bastante do livro nas edições 71, 72 e 73, mas até hoje ainda não tinha falado sobre as coisas que deram errado e que eu precisei abrir mão.

Formato: eu nem queria escrever um livro

Eu no meu ateliê com o Glifo. Foto da Sara Monteiro.

Meu desejo inicial para o TCC era desenvolver um modelo de consultoria de comunicação para designers e outros profissionais criativos. Eu não queria escrever ou publicar um livro, mas desenvolver um serviço que eu pudesse oferecer depois de formada.

A ideia era estruturar uma empresa, desenvolver um método de consultoria e treinamento, além de criar identidade visual, definir processos, essas coisas que empresas demandam. Não sei em que mundo eu tava. Não dá pra fazer isso direito em dois períodos letivos, ainda mais conciliando estudos e trabalho. Aí meu orientador sugeriu um e-book. Eu não quis. Mas também não conseguia começar a estruturar a consultoria. Fiquei um tempão travada, e eventualmente comecei a passear por aí olhando coisas pra ver se me vinha alguma iluminação transcendental. Não veio, mas numa tarde na Travessa eu vi vários livros interativos, estilo Destrua esse diário, e voltei pro Wandyr (meu orientador) com uma contraproposta.

Um workbook. E-book não, nem pensar. Mas um workbook… Algo que possa induzir à ação. Um livro, e, se eu vou ter o trabalho de escrever e diagramar um livro, eu quero pelo menos poder imprimir e costurar ele. Então eis a primeira coisa que tive que descartar: o glamour de sair da faculdade com uma empresa debaixo do braço. Fica pra próxima, i guess.

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Procrastinação e medo de começar

O período letivo começou em março de 2024, e eu juro que estava animada pra começar meu TCC, mas eu simplesmente não comecei.