#5 design & política
Tempo de leitura: 3 minutos | a praticamente um mês das eleições, um questionamento: como designers podem pensar e se engajar politicamente para além das urnas?
é possível fazer design de forma neutra, apolítica? não, espero ter ajudado. nos vemos na próxima terça! hahahah ok, brincadeiras a parte, acho que esse questionamento é meio ultrapassado: querer transformar a sociedade é um posicionamento político, e não querer… bom, é um posicionamento também. como afirmou o filósofo e educador Tony Fry, “todo design serve ou subverte o status quo”. com isso em mente, podemos partir para a próxima pergunta: como o design pode ser político? como profissionais criativos podem agir politicamente de forma consciente e intencional?
❤️ para se inspirar
Como o design interpreta o caos político e social
Essa matéria da Tab Uol reúne um acervo interessantíssimo de cartazes políticos e consulta especialistas renomados, como a arquiteta e editora Bebel Abreu e o historiador Rafael Cardoso, para falar sobre as reações gráficas ao caos político e social. Quem nunca sentiu o estômago revirar ao ver uma ilustração ou post publicado apenas algumas horas após uma grande tragédia, que parece tentar “aproveitar os cliques” da desgraça? Mas por mais que cause certo estranhamento - principalmente com a velocidade de resposta aos acontecimentos que a internet nos proporciona - a arte e o design sempre foram uma forma legítima de responder a acontecimentos revoltantes e demonstrar insatisfação com a sociedade. Exemplos disso são os cartazes produzidos para o movimento de Maio de 1968 na França, a identidade gráfica do jornal dos Black Panthers nos anos 1970 e os icônicos cartazes para a Marcha das Mulheres de Washington em 1989.
Para ver mais cartazes - inclusive sobre outros movimentos - se inspirar e ler mais sobre, confira aqui a matéria completa.
💭 para refletir
“Nem de direita, nem de esquerda, designer”: é possível ser neutro ao fazer design?
Esse artigo, escrito por alunas da Escola Superior de Desenho Industrial, garante que não; mas busca entender porque tanta gente acha que sim. As autoras encontram uma possível origem para a ideia de “neutralidade” no design nas escolas do funcionalismo e racionalismo, e sua manutenção no sistema universitário vigente.
O artigo chama a atenção para a dimensão política não-partidária do design:
“A relação entre design e política costuma ser explorada com concentração nos projetos explicitamente partidários, ignorando ou pouco destacando que cada detalhe do produto, final ou de seu processo, exprime doutrinas e princípios em múltiplas esferas. Isso vai muito além do papel social do designer ou de uma moralidade que resolve ser adotada em sua postura profissional. Ainda que não fosse designer, seria projetista, e logo político”, diz um trecho.
Vale a leitura e a reflexão sobre o assunto. Afinal, se todo projetar é político, todos os designers são agentes de transformação política quase o tempo todo. E que mundo é esse que estamos construindo?
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obrigada por ler até aqui :) falar sobre política no design pode ser desconfortável pra muita gente. talvez você mesmo, leitor, acredite que o que você produz hoje não faz tanta diferença assim no mundo - e por mim, tudo bem. mesmo assim, acho que os links de hoje oferecem visões bastante qualificadas e produtivas sobre essa relação entre design e política, que ainda é um tabu. fique a vontade para responder esse e-mail se quiser conversar, compartilhar algo ou até mesmo criticar algum ponto da newsletter. espero que esse possa sempre ser um espaço de troca.
até a próxima terça!
- hele
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