carta da autora: publicar na internet
o botão de postar sempre vai me dar calafrios | tempo de leitura: 7 minutos
olá, seja bem vindo à seção “carta da autora”, um espaço exclusivo para apoiadores da newsletter onde eu compartilho um pouco sobre meus processos criativos, tanto na makers quanto na minha prática de design. uma pergunta que me fazem frequentemente é “como ter coragem pra publicar na internet?”. muitas pessoas escrevem mas não publicam, ou publicam e ficam receosas de divulgar e mostrar pros amigos o que escreveram. mas o que fazemos na internet todos os dias, senão publicar, mesmo que sejam stories e posts compartilhados?
a parábola dos flocos de algodão
Quando eu era criança - uns 8 anos de idade - acho que só eu lia os livros que meus pais tinham em casa. Um deles era “Parábolas Eternas”, e tinha uma historinha assim: uma mulher fofoqueira espalhava um boato falso e depois se desculpava. Aí um velho sábio falou pra ela comprar algodão, espalhar flocos pelo caminho na ida pro trabalho e recolhê-los no fim do dia, no caminho de volta. Impossível, claro, o algodão voa pra longe, some, etc. A moral é que é fácil soltar os flocos de algodão por aí, mas não recolhê-los - o mesmo vale pra fofoca e boatos maldosos. Aqui tem a parábola na íntegra, caso te interesse.
Mas pra mim vai além disso. Tudo o que publicamos na internet é um floco de algodão, tudo é passível de encaminhamento, de prints, de comentários e reações. E não só nossos pensamentos mais elaborados e medidos, mas também os tweets bobos, os virais que compartilhamos nos stories, as selfies, tudo.