#92 a obsessão por curadoria é sintoma do desinteresse em criar
e como poderia ser outra coisa, quando o mercado recompensa a reprodução acrítica? | tempo de leitura: 7 minutos
oie! seja bem-vinde a mais uma edição da makers :) eu sou hele carmona, jornalista, designer e artista multimídia. essa edição começa com um relato pessoal, mas bear with me, eu prometo que vamos chegar em algum lugar. a palavra curadoria está se tornando uma daquelas que é tão repetida que perde o sentido original. passei a me questionar sobre como a obsessão por curadoria expõe pessoas desinteressadas em criar e daí surgiu esse texto. vamos?
1. Role models
“A internet é um meio em que o incentivo à performance é inerente. No mundo real, você pode simplesmente andar por aí vivendo a vida enquanto as outras pessoas olham para você. Mas, na internet, você não pode só andar por aí e ser visível; para que os outros o vejam, você precisa agir, precisa se comunicar caso deseje manter uma presença virtual. E uma vez que as plataformas mais relevantes são construídas em torno de perfis pessoais, pode parecer — primeiro em nível mecânico, depois como um instinto codificado — que o principal objetivo dessa comunicação é fazer com que você pareça interessante. Os mecanismos de recompensa online imploram para substituir os offline, e então os ultrapassam.”
Jia Tolentino, em O eu na internet
Quando eu tinha 13 ou 14 anos eu passava 90% do meu tempo online no tumblr, consumindo vibes. Eu seguia muitas meninas normais, desconhecidas, mas que eu tinha como it girls; todas gringas, possivelmente dos EUA ou da Inglaterra,
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